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Férias 2020 – a volta para casa

Quarta-feira, 18/03/2020 – Férias na Argentina.

Último dia em El Calafate, sem passeio nenhum agendado.

Descemos para o café da manhã no horário de sempre, e logo voltamos ao quarto. Parece que éramos os únicos hóspedes no hotel.

Amanhecer em El Calafate - visão da janela do hotel.
Amanhecer em El Calafate – visão da janela do hotel.

Por conta da quarentena imposta ao comércio local, nossa ideia de dar uma volta pela cidade antes de partirmos foi cancelada.

Ficamos no quarto vendo TV e resolvendo as últimas pendências com relação aos cancelamentos de reservas de passeios e hospedagem até perto da hora do almoço, quando questionamos na recepção do hotel se eles sabiam haver algum restaurante aberto.

Disseram que, assim como no dia anterior, apenas o mercado estava aberto.

Ou seja, nem conseguiríamos ir até ao escritório da Aerolineas para resolver o problema com o check-in online. Resolveremos no aeroporto.

Então, almoçamos os alimentos comprados na noite anterior.

Almoço do último dia em El Calafate
Almoço do último dia em El Calafate

Recebemos um e-mail do hotel Ibis Buenos Aires dizendo que nossa reserva seria cancelada sem custos (só faltava a confirmação deste hotel), e outro e-mail, este da empresa do transfer entre Villa la Angostura e Bariloche, dizendo que analisariam a devolução dos valores (foi necessário pagar no ato da contratação, quando ainda estávamos no Brasil).

Às 14h a moça da recepção do hotel ligou no quarto dizendo que deveríamos seguir para o hospital às 18h para pegar um certificado comprovando nosso estado de saúde, para que pudéssemos seguir ao aeroporto e embarcarmos de volta para casa.

Com isso, a empresa contratada para o nosso transfer ao aeroporto nos buscaria no hospital ao invés de no hotel, no horário previamente agendado – 19h.

Não entendemos se isso era uma determinação do governo local ou do controle aeroportuário (tipo nossa ANAC).

A recepcionista disse que, para os voos que decolaram pela manhã, os médicos estavam no aeroporto conferindo a saúde dos passageiros e emitindo o certificado.

No final da tarde, próximo das 17:30h fizemos o check-out no hotel. A recepcionista gentilmente chamou um taxi para nos levar ao hospital.

A corrida custou 245 pesos.

Tínhamos uma ou duas notas de 5 pesos, ainda de outra viagem para Argentina, e o motorista disse que essas notas só teriam validade até o fim do mês de março/20.

El Calafate parecia uma cidade fantasma. Ruas vazias, comércio fechado. Nem pessoas nem carros circulando. Apenas uma viatura da polícia fazendo a ronda.

No hospital

Precisamos de um desses para voltarmos para casa
Precisamos de um desses para voltarmos para casa

No hospital, o atendente anotou nossos dados e nos encaminhou para um pátio grande, parecido com uma quadra de um ginásio, onde algumas pessoas já aguardavam sua vez para obter o certificado.

Pessoas aguardando o teste de saúde
Pessoas aguardando o teste de saúde
Enfermeiro entrevistando os turistas
Enfermeiro entrevistando os turistas

O exame para obtenção do “Certificado de Livre Trânsito” – esse era o nome do documento – consistia em auferir a temperatura, responder sobre sintomas apresentados nos últimos 14 dias e sobre quando chegamos ao país.

O enfermeiro que nos atendeu era um colombiano que havia morado em São Paulo e falava português.

Ele nos informou que, por medidas de segurança contra o vírus, nós brasileiros estávamos com trânsito limitado pelo país, e o Certificado era válido somente para aquele dia, para nosso deslocamento até os aeroportos e posterior embarque ao Brasil.

Nosso Certificado de Livre Trânsito
Nosso Certificado de Livre Trânsito

Enquanto esperávamos nosso transfer, chegou um casal para pedir o certificado mas, como o voo deles seria só no dia seguinte à noite, teriam que obter o certificado somente no dia seguinte a partir das 8h, visto que o certificado é valido para emissão no mesmo dia da viagem.

Depois apareceu outro funcionário informando ao atendente do hospital que a emissão dos certificados naquele dia estava encerrada, e que se aparecessem pessoas para fazer o exame, deveriam retornar no dia seguinte. E caso o voo fosse naquele mesmo dia, o certificado seria emitido pela equipe médica presente no aeroporto.

Isso respondeu nossa curiosidade: se não tivéssemos contratado a empresa Ves para o retorno ao aeroporto, não saberíamos da necessidade desse documento. Tampouco iríamos ao hospital. O tal certificado seria obtido no aeroporto.

Pontualmente às 19h a Ves chegou para buscar a nós e mais 3 pessoas. Uma dessas pessoas era um brasileiro que encontramos comprando empanadas no delivery lá em Ushuaia.

No aeroporto de El Calafate

Chegamos ao aeroporto em vinte minutos e fomos diretamente fazer o check-in, pois como ocorreu erro no web check-in, já queríamos resolver logo. Ainda bem que não deu nenhum problema.

A atendente ofereceu despachar nossa bagagem sem custo. Não queríamos despachar, mas ela disse que o voo estava cheio e que se não tivesse espaço na cabine seria despachada de qualquer forma. Nos convenceu.

Seguimos para a única lanchonete aberta no aeroporto para comprar algo para comermos. Nem todas as opções do menu estavam disponíveis.

Dona patroa não estava com fome, então pegamos um hambúrguer com batatas fritas para dividirmos, e uma água (que vinha junto) – 350 pesos. O tanto que demorou na fila demorou para fazer o lanche.

Lanchinho no aeroporto de El Calafate
Lanchinho no aeroporto de El Calafate

Fomos para a sala de embarque e vimos que a equipe médica estava posicionada ali perto.

Tentei conectar na internet do aeroporto, mas o  wi-fi não funcionava.

A decolagem de nosso voo para Buenos Aires estava prevista para às 21:35h, mas dez minutos antes do horário o avião nem havia encostado no gate ainda. No painel continuava dizendo que o voo estava “no horário”.

A aeronave estava vindo de Ushuaia, e pousou em El Calafate às 21:30h.

Uns quarenta minutos depois o embarque foi iniciado. Havia uma placa dizendo a ordem de embarque (primeira imagem deste post), mas ela não serve para nada. O embarque era realizado conforme a zona identificada na passagem.

Na apresentação do bilhete de embarque para conferência, a funcionária da Aerolineas não queria tocar em nada que viesse da mão dos passageiros. Então orientava cada um a passar o código de barras do ticket no leitor.

Percebendo a falta de prática dos passageiros e a demora que isto estava ocasionando, ela deixou o pavor de lado e passou a validar os tickets ela mesma. E aí a fila andou rápido.

Já dentro do avião havia pessoas em nossos assentos. Todos nós estávamos com a mesma marcação de lugares. Erro da cia (talvez por isso não tenha dado certo o web check-in). Falamos com a comissária e ela nos realocou em duas outras poltronas que estavam vazias, mas viajamos sentados separados.

O voo decolou com atraso de quase uma hora.

No lado de fora da aeronave estava escrito “entretenimento a bordo”. Só se fosse a revista de bordo, porque não havia TV, rádio, nada.

Conforme previsto, novamente fomos informados que, por questões sanitárias, não haveria serviço de bordo.

A previsão de pouso em Buenos Aires que era para 0:30h, com o atraso na decolagem passou para 1:10h.

Dia 19/03/2020 – Buenos Aires – Guarulhos

Pousamos no Aeroparque 1:03h da madrugada. Até o terminal seguimos de ônibus. Adaptaram uma cortina de plástico fixada com fita adesiva para isolar o motorista dos passageiros.

A bagagem levou 40 minutos para chegar na esteira (por isso não queria despacha-las).

Fomos até o guichê da empresa Tienda Leon para comprarmos o ticket até o aeroporto Ezeiza. Havia um convênio da empresa com a Aerolineas, para transfer grátis, mas deixou de valer à meia-noite. Pagamos 290 pesos cada passagem, para embarque às 2h.

Ônibus para o transfer entre o Aeroparque e Ezeiza
Ônibus para o transfer entre o Aeroparque e Ezeiza

Ao entramos no ônibus, o motorista disse que estava proibido sentar na primeira fileira de assentos; que era para mantermos o distanciamento dele por questões sanitárias.

Antes de sairmos, a moça que vendeu as passagens entrou no ônibus para conferir os tickets.

No meio do caminho para Ezeiza, o ônibus fez uma parada em um terminal próximo do Porto Madero por uns 5-10 minutos, mas não havia ninguém lá para embarcar/desembarcar.

Estava abafado dentro do ônibus. As janelas não abriam e não tinha ventilador ou ar condicionado ligado.

Ali, outro rapaz entrou no ônibus para conferir novamente as passagens. E o motorista lembrou de ligar o ar condicionado.

No aeroporto Ezeiza (Buenos Aires)

Finalmente, às 3:10h da manhã, chegamos ao Terminal C do Aeroporto Ezeiza (o mesmo de nosso embarque para Ushuaia).

Como informado antes, ali só tem a lanchonete Florida Garden.

Não entendemos o motivo, mas havia uma cerca separando o saguão e a área das mesas da lanchonete. Para acesso as mesinhas, só pelo lado de fora do aeroporto. Quem entende?

Pedimos duas tortas e um suco, já prevendo que no voo pra Guarulhos também não seria servido nada.

Comidinha rápida no Florida Garden (Ezeiza)
Comidinha rápida no Florida Garden (Ezeiza)

Dentro do avião presenciamos alguns passageiros com dificuldades para acomodar a bagagem de mão no compartimento superior. Havia mochilas e bolsas colocadas lá, quando deveriam estar debaixo do assento. Por conta disso, a decolagem atrasou cerca de 10 minutos.

Chegando em SP (Guarulhos)

Nosso desembarque no Aeroporto de Guarulhos ocorreu às 9:30h.

Seguimos para a calçada e pedimos transporte por App até o Terminal Tietê, onde chegamos às 10:25h.

Compramos as passagens para Indaiatuba e depois fomos almoçar. Comida com sustância após um dia e meio só comendo lanchinhos.

Almoço no Terminal Tietê - comida com sustância
Almoço no Terminal Tietê – comida com sustância
Almoço no Terminal Tietê - comida com sustância
Almoço no Terminal Tietê – comida com sustância

Duas da tarde estávamos em casa, ao final de uma saga não imaginada.

Resumão da viagem e dos fatos

Frustrante o cancelamento dos passeios, não termos conhecido o Perito Moreno etc, mas valeu muito por termos aproveitado todos os dias planejados para Ushuaia, nosso sonho antigo.

Ah, lembra do Certificado de Livre Trânsito, que tivemos que ir até ao hospital em El Calafate para a emissão?

Pois então. Em nenhum momento ele nos foi solicitado. Nem no embarque em El Cafalate, nem no transfer Aeroparque-Ezeiza, nem no embarque para o Brasil.

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