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Pelas ladeiras de Olinda-PE

O dia de hoje (27/12) foi reservado para conhecer Olinda.

Saímos logo após o café da manhã, que começa a ser servido bem cedo, às 7h. Configuramos o GPS e lá fomos nós. É bem tranquilo chegar à cidade.

Estávamos dirigindo perto do centro de Olinda, na Rua do Sol, quando os guias turísticos da cidade começaram a quase se jogar na frente do carro para oferecer o serviço.

Passamos reto por eles para fazer o retorno mais à frente e procurar um lugar para estacionar. Paramos o carro na Praça do Carmo, e quando mal havíamos estacionado (o motor ainda estava ligado), um rapaz se aproximou e se apresentou como guia turístico, ou condutor nativo. Na realidade ele era o coordenador do projeto de formação de guias. Ele nos explicou como funcionava o projeto e que por ter gostado de nós ele mesmo nos guiaria.

Dona Patroa aproveitou para criticar essa “ansiedade” dos jovens em oferecer o serviço de guia, faltando pular na frente do carro. É perigoso, pode assustar o motorista e causar algum incidente.

Confesso que não estava disposto a contratar um guia, e sim explorar as ladeiras de Olinda por conta própria. Mas perde-se muito de cultura fazendo assim, a menos que você já tenha adquirido todas essas informações previamente.

Perguntamos quanto custaria seguir o roteiro dele ouvindo suas explicações, e ele disse que não há valor definido. Que os turistas pagam o quanto acham que vale. Não gosto de serviços não precificados, mas topamos e iniciamos nossa visita guiada por Olinda, tendo como primeira parada a Igreja do Carmo, ali mesmo, na praça onde estávamos.

Igreja do Carmo, em Olinda/PE.
Igreja do Carmo, em Olinda/PE.
Igreja do Carmo, em Olinda/PE.
Igreja do Carmo, em Olinda/PE.

Passamos em frente a FOCCA – Faculdade Olindense de Ciências Contábeis e Administrativas, pelo Sobrado Mourisco e depois a casa onde dizem ter morado Mauricio de Nassau. O detalhe é que a casa foi construída mais de cem anos depois de Nassau ter passado por Olinda.

FOCCA - Faculdade Olindense de Ciências Contábeis e Administrativas.
FOCCA – Faculdade Olindense de Ciências Contábeis e Administrativas.
O Sobrado Mourisco hospedou D.Pedro II e a imperatriz Tereza Cristina em 1859.
O Sobrado Mourisco hospedou D.Pedro II e a imperatriz Tereza Cristina em 1859.
Residência de Mauricio de Nassau. Hein?
Residência de Mauricio de Nassau. Hein?

Em frente a esta casa está a igreja de São Pedro. É bem simples internamente. Chama bastante atenção a decoração do altar, construída tridimensionalmente.

Igreja de São Pedro, em Olinda.
Igreja de São Pedro, em Olinda.
Altar tridimensional na Igreja de São Pedro, em Olinda.
Altar tridimensional na Igreja de São Pedro, em Olinda.

A próxima parada foi em frente ao Palácio dos Governadores, onde ouvimos um pouco da história da cidade e dali seguimos para o Mosteiro de São Bento.

Palácio dos Governadores, em Olinda/PE.
Palácio dos Governadores, em Olinda/PE.
Uma das várias ladeiras de Olinda.
Uma das várias ladeiras de Olinda.

Eu havia lido na internet que uma das vantagens em ficar hospedado em Olinda é poder chegar cedo ao mosteiro e conseguir fotografá-lo sem aquele “mundo de turistas” na frente, entrando e saindo, posando para fotos, fazendo selfies… Talvez por termos chegado cedo na cidade nós conseguimos várias fotos sem nenhum vivente “atrapalhando”.

Mosteiro de São Bento, em Olinda.
Mosteiro de São Bento, em Olinda.

O piso de entrada da igreja, nas laterais, possui efeito tridimensional. Sua decoração é simples, recaindo toda a atenção para o altar, feito de madeira de cedro e inteiramente folheado a ouro, pesando 11 mil quilos. Recentemente o altar saiu para uma exposição no exterior.

Fotos dentro das igrejas, apenas sem flash. Respeite.

Piso com efeito tridimensional no Mosteiro de São Bento.
Piso com efeito tridimensional no Mosteiro de São Bento.
Mosteiro de São Bento.
Mosteiro de São Bento.
Altar do Mosteiro de São Bento, em Olinda, pesando 11 toneladas.
Altar do Mosteiro de São Bento, em Olinda, pesando 11 toneladas.

Seguimos pela rua em frente ao Mosteiro, fotografando as casas coloridas e ficamos sabendo de algo curioso. O final de alguns telhados era formado por três níveis de telhas. Outros, por dois níveis, e a maioria, por apenas um. Quanto mais níveis, mais posses, mais riqueza.

Construções coloridas de Olinda/PE.
Construções coloridas de Olinda/PE.
Construções coloridas de Olinda/PE.
Construções coloridas de Olinda/PE.
Construções coloridas de Olinda/PE.
Construções coloridas de Olinda/PE.

Edifícios governamentais e religiosos possuíam três níveis (tribeira), os afortunados, mas nem tanto, possuíam dois níveis (beira), e o restante da população apenas um, a eira. Daí vem o ditado “sem eira nem beira” para quando alguém é extremamente pobre.

Tribeira.
Tribeira.

Passamos pelo Museu do Mamulengo (bonecos fantoches) mas sem entrar, depois pelas Ruínas do Senado, que é a sobra de um grande e espesso muro pertencente ao edifício do Senado da Câmara de Olinda, onde Bernardo Vieira de Melo deu o primeiro grito em favor da República no Brasil.

Ruínas do Senado.
Ruínas do Senado.

Quase em frente a este monumento está o Mercado da Ribeira, hoje ocupado por lojinhas de artesanatos e gravuras. Ali tem um salão com alguns daqueles bonecos gigantes. Bom para fotos. Ali ficamos conversando com um senhor que faz artesanato e diz enviar quase toda sua produção para São Paulo.

Mercado da Ribeira.
Mercado da Ribeira.
Os famosos bonecos gigantes do carnaval de Olinda.
Os famosos bonecos gigantes do carnaval de Olinda.

Depois descemos a rua em direção ao Quatro Cantos de Olinda, cruzamento entre as ruas Bernardo Vieira de Melo, Ladeira da Misericórdia e Rua do Bonfim. A Ladeira da Misericórdia é a mais íngreme de Olinda, e foi por ela que subimos até chegar à Igreja da Misericórdia.

Quatro Cantos de Olinda.
Quatro Cantos de Olinda.
Ladeira da Misericórdia.
Ladeira da Misericórdia.

O local ali é excelente para fotos de Olinda por cima, com o mar ao fundo. Dependendo o ângulo, dá para ver os prédios de Recife no horizonte. Atrás da igreja está o Convento da Conceição.

Igreja da Misericórdia.
Igreja da Misericórdia.
Vista do mirante em frente a Igreja da Misericórdia.
Vista do mirante em frente a Igreja da Misericórdia.

Seguindo pela Rua Bispo Coutinho chegamos à Caixa D’Água, onde você pode subir (se pagar R$ 10,00) através de um elevador até a parte de cima dessa caixa de água para ver Olinda um pouco mais do alto. Logo a frente está a Igreja da Sé.

Igreja da Sé, em Olinda/PE.
Igreja da Sé, em Olinda/PE.

Assim como as demais igrejas, a Igreja da Sé também é simples em seu interior e pouco preservada por fora. O mais legal ali é um pátio que fica passando por um acesso ao lado direito, com um mirante incrível.

Igreja da Sé, em Olinda/PE.
Igreja da Sé, em Olinda/PE.
Mirante na Igreja da Sé, em Olinda/PE.
Mirante na Igreja da Sé, em Olinda/PE.

Existem alguns outros pontos turísticos na cidade, sendo a maioria igrejas. As praias não são boas para banho pois, conforme disse o guia, existem muitas pedras.

Depois descemos a Ladeira da Sé chegando novamente na Praça do Carmo, ponto de início de nossa visita guiada. O guia puxou conversa chegando no assunto preço, dizendo que os turistas costumam deixar R$ 70 ou R$ 80 pelo passeio.

Eu havia lido que o valor cobrado costuma ser R$ 40 (por pessoa, creio) em grupos de quatro ou mais pessoas, e R$ 30 individual. Deixamos R$ 50 com ele, como sendo R$ 25 cada um. Ele não gostou muito não, esperava mais.

Esse é o problema de quando “o cliente paga o quanto achar que vale”. Cada um tem sua noção de valor para as coisas, e o que é muito para mim pode não ser para você. Precifique, oras!

Havíamos reservado o dia todo para Olinda, mas apenas a manhã bastou. Então, como estávamos no meio do caminho, seguimos para a Ilha de Itamaracá.

O caminho até a Ilha passa por algumas cidades, como Abreu e Lima, Paulista (a terra do jogador Rivaldo) e Igarassu. A estrada até lá é a PE-15 e depois a BR-101. Ambas horríveis. Remendos altos, buracos, falta de sinalização horizontal, lombadas sem placas ou pintura, e três faixas de rodagem com velocidade limitada em 60 Km/h. Às vezes 50 Km/h, ou 40 Km/h.

Chegando em Abreu e Lima pegamos um trânsito infernal. Parece que todos os recifenses, olindenses etc resolveram passar por ali ao mesmo tempo. Duas faixas centrais separadas por um canteiro eram exclusivas para ônibus, mas alguns carros não respeitavam a legislação e fugiam do trânsito por ali. Confesso que durante o longo tempo que ficamos ali, naquele anda e para, deve ter passado uns dois ônibus apenas. Em São Paulo também está assim: criam-se faixas exclusivas para ônibus e bicicletas, e as mesmas ficam às moscas, enquanto os carros se espremem nas faixas que sobram.

Chegando à Ilha de Itamaracá, bem em frente ao Forte Orange, algumas pessoas abordam os motoristas oferecendo estacionamento na sombra. Não cobram nada por isso, apenas levam você até o restaurante “conveniado” com eles, normalmente pertencente a um parente (eu acho rsrs).

Mas se você não quiser almoçar no local que ele vai indicar, que você nem sabe ainda onde será e se é bom, basta ignorá-lo e procurar um lugar para estacionar. Mesmo porque não há vaga reservada por eles.

Mas o “tiozinho” que nos abordou foi simpático, e ele correu na frente do carro procurando uma vaga para nós, então acabamos almoçando onde ele indicou mesmo, que foi no Bar e Restaurante da Ivone.

Pedimos peixe frito (anchova) em postas, com macaxeira e um suco de abacaxi. É servido com arroz branco e feijão com legumes. O prato não demorou a chegar, e vem muita comida. Pelo menos para nós, que não comemos tanto, era um exagero.

Almoço na Ilha de Itamaracá.
Almoço na Ilha de Itamaracá.

Depois de matarmos a fome, fomos até o Forte Orange, cuja entrada grátis. É uma construção portuguesa feita sobre o que foi um forte holandês. Não há muita coisa para ver ali. Em uma das salas há um painel com a história e detalhes da fortificação.

Forte Orange, na Ilha de Itamaracá.
Forte Orange, na Ilha de Itamaracá.
Forte Orange, na Ilha de Itamaracá.
Forte Orange, na Ilha de Itamaracá.
Forte Orange, na Ilha de Itamaracá.
Forte Orange, na Ilha de Itamaracá.
Forte Orange, na Ilha de Itamaracá.
Forte Orange, na Ilha de Itamaracá.

Ao lado de fora, dois mirantes permitem boa visão da praia e da outra ilha chamada Coroa do Avião. Para chegar na Coroa do Avião, os barqueiros cobram R$ 13 por pessoa a travessia.

O local é legal para você curtir a praia e aproveitar para almoçar. Viajar de Recife até a Ilha só para visitar o Forte não vale a pena.

Fizemos algumas fotos ali dentro do Forte e nos mirantes, e depois voltamos para Recife. Desta vez não havia trânsito nenhum, e rapidamente chegamos ao hotel.

Ilha de Itamaracá, mirante do Forte Orange.
Ilha de Itamaracá, mirante do Forte Orange.
Ilha de Itamaracá, mirante do Forte Orange.
Ilha de Itamaracá, mirante do Forte Orange.

Após descansar um pouco fomos para o calçadão fazer uma caminhada. É impressionante como as pessoas são mal educadas. Vimos pessoas tomando água de coco e depois jogando o coco na areia, mesmo com uma lixeira próxima.

Como havíamos almoçado bem, e coloca bem nisto, não havia vontade alguma de sair para jantar. Então seguimos até o Ponto do Açaí, na Avenida Conselheiro Aguiar (Boa Viagem). No cardápio, além de açaí havia sanduíches e crepes. Pedimos um crepe de frango e depois uma tigela média de açaí. Foi o suficiente até o dia seguinte.

Antes de voltar para o hotel, mais um passeio pela feirinha de artesanato da Praça Boa Viagem.

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12 comentários em “Pelas ladeiras de Olinda-PE”

  1. Bom dia,
    Gostaria de agradecer a você que fez este excelente comentário de sua viagem a Pernambuco. Nos colocamos a disposição de todos para alguns exclarecimentos no que diz respeito a conduta do condutor nativo da cidade de Olinda.
    Cordialmente,
    Associação dos guias de turismo de Olinda – AGTIO.

  2. Olá pessoal meu nome é Wando Ricardo e trabalho nas ruas de Olinda desde 1992 de guia Mirim e no ano de 1994 fiz meu primeiro curso de turismo pelo SENAC onde trabalhei na prefeitura pelo projeto social , e sempre trabalhei no turismo vivendo do que ele me proporcionou e no ano de 2010 fiz o técnico de turismo, aperfeiçoando na área hj atuo em todo território de Pernambuco (Recife, Olinda, litorais:Sul e Norte e agreste), recebendo Rodoviarios, particulares e empresas de turismo . Porém vim me apresentar também para dizer-lhe que não são todos os condutores de turismo que atuam na Cidade de Olinda que agem desta forma que foi citada acima , todos os condutores e guias que vivem na cidade tem uma tabela de preços que os turistas podem consultar antes de contrata-los ,
    SEGUE PREÇOS : 1 PESSOA – 40 REAIS
    DE 2 A 4 PESSOAS- 80 REIAS
    DE 5 A 10 PESSOAS- 100 REAIS
    DE 11 A 50 PESSOAS – 160 REAIS.
    Então por favor não critiquem antes de conhecer os verdadeiros proficionais porque existe mais e bons , qualquer precisão ligue para WANDO RICARDO MEU WHATSSAP : (81)988881229 / TIM (81)998784075 DISPONIVEL QUALQUER HORÁRIO. Meu Facebook : Wando Ricardo silva

    1. Olá Wando.
      Obrigado pela visita ao blog e pelas informações que você deixou no comentário. Serão de bastante utilidade para quem visita o blog e deseja obter informações sobre Olinda.
      Em tempo, se você leu atentamente a matéria, percebeu que a crítica não é generalizada. O que não gostamos, no geral, é de serviços não precificados, seja em Olinda ou qualquer outro lugar. O guia em si nos mostrou muitos lugares, e gostamos do passeio. Criticamos apenas a maneira de cobrar pelo serviço.
      Um abraço.

  3. Hoje mesmo dia 16.07.18, fomos conhecer Olinda chegamos a praça principal e o guia que foi até nós ofereceu seus serviços com está mesma história quando perguntamos o valor que ele cobraria para nos guiar a responta foi que o cliente decidia quanto valia ao final do passeio, como ele foi bem insistente mesmo sem ter noção de valores deixamos ele nos conduzir, porém ao final do passeio dentro de nosso carro, na hora de acertamos o guia nos disse que geralmente os turistas lhe pagavam 200,00 mas ele podia fazer por 150,00 caracaaaa genteeee 200 pila para um casal, tinhamos 50,00 na carteira depois dele muito insistir conseguimos juntar mais 10,00 a visita saiu por 60,00 e pense numa cara feia e a simpátia do homem foi embora em segundos nos deixou super constrangidos…. Conselho: combinem valor exato e nada desse papo de pagar o que você acha justo ao final.

    1. Olá Bárbara.
      Obrigado pela visita ao blog.
      Exatamente. Cada um tem que saber quanto vale o seu trabalho, e não deixar para outros (no caso, os turistas) decidirem. Sempre corre o risco de receber menos do que acredita merecer.
      O melhor caminho é o que você disse: combinar antes do passeio. Assim fica todo mundo satisfeito.

  4. Ola, estarei indo a Recife em breve, a visita a cidade de olinda esta em meu roteiro.
    Wando, li seus comentarios em varios blog sobre guias e condutores nativos, vc ainda esta com o mesmo numero de telefone/whats citados em outros blog.
    não quero me decepcionar como alguns visitantes/turista que visitaram olinda.

  5. Olá, estivemos em Olinda ontem (02/04/2019) e passamos exatamente pela mesma situação.
    Tentamos dispensar o guia, mas o mesmo foi muito insistente dizendo que não cobrava e costumava receber o que os turistas quisessem no final do passeio. Passeio rápido, nao nos mostrou Museu algum, chegamos no convento, por muita insistência minha, e já estava fechado. Enfim, Ficamos tão decepcionados com o passeio. Ao final, a mesma coisa, quando fomos pagar, o “guia” (que nao estava uniformizado como os outros) estipulou um valor, muito mais alto do que esperávamos, ate levamos um susto, quando oferecemos outro valor, ficou bravo e não quis aceitar, depois voltou atrás e recebeu, mas nos tratou mal. Procurei muitos comentários sobre passeios em Olinda e praticamente todos falam a mesma coisa, uma tristeza. Não volto mais.

    1. Olá Karina.
      Obrigado pela visita ao blog e pelo relato de sua experiência.
      Infelizmente há muitos lugares turísticos no Brasil que carecem de melhores serviços…

    1. Olá Carlos.
      Obrigado pela visita ao blog.
      A escolha por guias turístuicos acaba sendo muito pessoal, e depende de vários fatores, como por exemplo, o desejo de se aprofundar na história do local, a falta de tempo para escolher os melhores atrativos etc.

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